MÉTODO APAC o humanismo como caminho para a ressocialização do preso
Abstract
No intuito de demonstrar a contribuição da teoria do humanismo integral, desenvolvida por
Jacques Maritain, sob a reflexão da prática do Método APAC na linha da construção do saber
jurídico que lhe é pertinente enquanto modelo de sistema penitenciário que se pretende
humanista, a pesquisa tenciona enfrentar o problema da fundamentação filosófica do
mencionado método. Além de interrogar pelas principais categorias teóricas do humanismo
integral que teriam pertinência na compreensão deste problema central, a pesquisa apresenta o
método APAC como uma alternativa em favor de um sistema prisional humanizado, em que a
dignidade da pessoa seja levada efetivamente a sério. A pesquisa assume o marco teórico
maritaineano, o qual tem sido amplamente empregado nas investigações sobre o conteúdo
jurídico da fraternidade no Centro Universitário Eurípides de Marília – UNIVEM, cujo
programa comporta, nas linhas de pesquisa Construção do Saber Jurídico e Crítica aos
Fundamentos da Dogmática Jurídica, estudos no campo da teoria do direito e do Estado com
viés humanista na resolução de problemas sociais concretos. Emprega-se o método dedutivo
em pesquisa do tipo qualitativa, viés este que bem se ajusta a investigações que promovem
aproximações e recortes metodológicos para avaliação de situações específicas nas quais
grupos sociais estão inseridos, como é o caso do sistema penitenciário e das pessoas nele
reclusas. A relevância do tema decorre do impacto importante da pesquisa em busca da
construção de um saber jurídico, permeado pela fraternidade e de fundamentos filosóficos,
atrelados à valorização humana, na condução da prática da execução penal no Brasil, a mais
quando se tem em mira uma tal solução com larga experiência exitosa como é o caso das
APACs, baseada em método adrede desenvolvido por um brasileiro à luz de nossa particular
realidade. Conclui-se que o paradigma das grandes linhas ético-políticas do pensamento
humanista de Jacques Maritain ajusta-se, a mais não poder, ao embasamento da prática atual
da APAC.
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- 2019 [10]