A CONCRETIZAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL À MORADIA COM A OBSERVÂNCIA DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA AUXILIADO COM A UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA DIGITALIZAÇÃO
Abstract
O presente trabalho de Dissertação tem como finalidade o estudo e pesquisa do instituto do bem de família, Lei Federal n.º 8.009/1990, como forma de concretização do direito constitucional de proteção e acesso à moradia, com o auxílio das novas tecnologias da digitalização. O objetivo do trabalho visa conhecer das exceções legais a impenhorabilidade do bem de família, art. 3.º inciso II a VII, da Lei Federal n.º 8.009/1990, e verificar a sua a sua constitucionalidade face aos preceitos constitucionais sociais fundamentais do direito à moradia como um bem material componente do mínimo existencial, bem como a identificação de como vem sendo realizada a interpretação e aplicação contemporânea, pelos Tribunais Superiores, Supremo Tribunal Federal – STF e Superior Tribunal de Justiça – STJ, da norma legal das exceções à proteção ao bem de família, bem como, aplicação das novas tecnologias da digitalização e da informação digital podem contribuir à proteção ao bem de família. A metodologia adotada para a pesquisa do trabalho foi a bibliográfica e a análise da jurisprudência sobre o tema. A pesquisa obteve como resultado a descoberta de um sistema frágil de proteção ao direito constitucional à moradia da família, ante a uma legislação especial que oferece exceções a proteção aquele direito, aliado a um entendimento jurisprudencial dos tribunais superiores oscilante e preocupante, tendo em vista a magnitude, importância e relevância do preceito constitucional que está sendo protegido. O Resultado que se chega é que a jurisprudência dos tribunais superiores, do Supremo Tribunal Federal – STF vem se inclinando, ao poucos, a oferecer uma integral proteção ao bem de família, afastando por vicio de inconstitucionalidade e ou ausência de recepção de normas infraconstitucionais que tenham como finalidade vulnerar e vilipendiar a proteção constitucional ao direito de proteção à moradia, e no Superior Tribunal de Justiça – STJ, tem-se uma jurisprudência oscilante e preocupante quanto a proteção ao bem de família conferindo, por vezes, uma interpretação extensiva os dispositivos legais infraconstitucional que vulneram e fragilizam a proteção do bem de família como imóvel residencial da entidade familiar. Chega-se à conclusão final que as normas infraconstitucionais que tem como finalidade opor inúmeras exceções a impenhorabilidade do bem de família não tem amparo constitucional e com ela não guarda qualquer afinidade legal, bem como que as novas tecnologias de digitalização dos negócios jurídicos imobiliários são grandes aliados na proteção do instituto do bem de família.
Collections
- 2020 [32]